Linhas que percorrem um caminho, olhando- as parecem não
haver fim, dificilmente consegue ver onde elas começam também. “Aparecem,
desaparecem” (O desenho da criança, p 56), cuja função esta além do que se pode
ver em um papel. É um modo de se expressar sem palavras, dizer sem falar
verbalmente, um prazer autogerado, recheado da magia que existe na imaginação,
além de possuir significações e conteúdos simbólicos. Processo essencial na
infância, que, pela repetição busca “automatizar, incorporar, dominar um gesto
adquirido, um movimento inventado, um rabisco criado” (O desenho da criança,
p.59), um meio de interação da criança com o meio ambiente. O desenho permite
uma experiência de novas realidades. A garatuja, como um contato inicial com
esse mundo do desenho, atende às necessidades do sistema nervoso afinado, além
de um desejo de se afirmar e de significação de si no mundo.
Linhas do trem, tão simples, tão importantes, contem a
mensagem de encontros e desencontros. Originam-se de diversas partes, de
lugares distantes que em algum ponto se unem, se comunicam. Tristes os caminhos
que se separam e nunca mais se encontram. Saudade naqueles que vão e demoram a
retornar. Alegrias nas horas em que se unem. Tudo isso contido na forma de duas
linhas paralelas entre si, que sustentam sentimentos, conteúdos.
Idas
Vindas
Vem
Vão
Ligam-se
Produz magia, encantamento no olhar
Mas logo se despedem
Deixando saudades de um abraço
E desejos para que as linhas
Para que os caminhos da vida
Enfim se tornarem laços
Sempre tendo meios de se encontrarem
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